O APARTHEID SE MANTÉM VIVO!
dos brancos burgueses elitizado. SIM, REPUGNANTE!
Desde o final de Dezembro do último ano, mais precisamente desde o dia 27 de Dezembro, me tornei morador de uma área nobre, alto padrão, o Leblon da Região dos Lagos, como os próprios moradores locais chamam.
Atualmente trabalho como ambulante, vendendo cangas, saídas de praia e outras vestes relacionadas ao clima da região. Sou negro, nascido em periferia na zona Centro do Rio de Janeiro, portanto, carrego na minha construção como indivíduo alguns caracteres que se distanciam daqueles determinados pelos "padrões da elite."
Por mim, dane-se o "padrão da elite."
Se existe um padrão para a elite, existe, na mesma proporção, um padrão para a periferia, um padrão para os LGBT's, para os PNE's, para os negros, para os nordestinos etc. Ou existe um padrão específico para todos os que julgarem necessário ou não existe padrão algum.
Os brancos "elitizados" precisam entender que não é pelo fato de serem detentores do também repugnante capital que irão me determinar. NÃO MESMO! Precisam entender, também, que o estereótipo engana e engana muito.
Sim, sou da periferia, sou negro criado por mãe solteira, pai assassinado por traficantes, e recebi ajuda na criação da minha avó e meu tio, o qual considero como pai.
Apesar de ter sido criado com muita dificuldade, nunca resolvi me entregar aos "prazeres" propostos pelo Estado e pelo Capitalismo.
Ao mesmo tempo em que procurei não me entregar, aproveitei o conhecimento que me foi oferecido nas escolas públicas pelas quais passei, agregando, ainda, o conhecimento cultural e artístico que meu tio-pai me proporcionou ao me levar à visitações semanais à museus e centros culturais do Rio.
Esse conhecimento adquirido me levou à conquista de algumas coisas, como em 2009, onde consegui uma vaga através do PROUNI, bolsa integral, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Gama Filho; em 2010, aprovação no concurso público para a Eletrobrás; em 2014, aprovação no concurso público para a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e, no mesmo ano, tendo feito novamente o ENEM, o qual divulgou resultado no início de 2015, a tão esperada vaga numa Universidade pública através do SISU, estando hoje matriculado na UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, estudando Licenciatura Plena em Pedagogia.
Historicamente, negros e pobres da periferia sofrem com a falta de oportunidades. Estes, são largados à própria sorte, onde se veem obrigados à lutar contra uma sociedade armada - seja bélica ou intelectualmente -, que reduz todo e qualquer projeto dessa classe.
O apartheid foi um regime de segregação racial, resultado de uma rigorosa legislação separatista implantada durante anos na África do Sul de 1948 até 1994. Nesse regime, a grande minoria da população, branca, era detentora de todo poder político e econômico, limitando aos negros o direito de viverem em regime de confinamento geográfico e social.
Nelson Mandela, líder do CNA - Congresso Nacional Africano, considerada instância opositora ao regime da NNP - Novo Partido Nacional, foi declarada ilegal e Mandela condenado à prisão perpétua em 1962. Mandela foi libertado em 1990 após a posse de Frederick de Klerk na Presidência, em 1989. Em 1992, 69% dos eleitores (brancos) votaram pelo fim do apartheid.
Esboçar esse pano de fundo foi necessário para denunciar que o apartheid ganhou fronteiras e se solidificou em vários outros países, tendo no Brasil, muitos adeptos até os dias atuais.
O discurso da "elite branca" se mantém o mesmo. Eles fazes de tudo para aumentar ainda mais essa distância entre pretos e brancos.
Parte de suas propostas seguem avançando, não como eles gostariam e esperavam. A "elite branca" não contava com o fortalecimento da população negra em todos os sentidos.
Após anos de luta e diversas conquistas no campo intelectual, social, cultural e econômico, os negros passaram a dividir o mesmo espaço que os brancos, seja nas empresas públicas ou privadas, seja nas Universidades, também públicas ou privadas, e até mesmo nas áreas nobres. Certamente de que isso é um incômodo para a "elite branca", e eu estou adorando.
Apesar de existir um avanço, sobretudo depois da segunda metade do século XX, avanço que resultou inclusive em mudanças na nossa atual legislação mais recentemente, ainda há muito o que se fazer. Precisamos ainda de mais promoção à igualdade, seja racial ou social, precisamos de mais mudanças na legislação, precisamos de mais produção científica e disseminação desse resultado desde os primeiros anos do processo de escolarização etc.
Poderia escrever muito mais acerca desse assunto, poderia, inclusive, ser mais complexo ou teórico. Não vou seguir esse raciocínio. Deixo os comentários em aberto para que nosso texto possa continuar sendo construído. Que o debate possa ser sadio e construtivo para todos nós, amantes do conhecimento,.
Obrigado por visitarem o Blog.
Até logo.



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