sábado, 10 de março de 2018

Como escrever uma Resenha?

Essa postagem versará sobre a construção de uma resenha.

Antes, porém, vamos conhecer quais tipos de resenhas existem, a saber:

-Resenha Crítica;
-Resenha Descritiva.

Há quem diga que toda resenha é crítica e há quem diga que não. Enfim, sobre isso falaremos em uma próxima postagem, pois o que nos interessa aqui é falar sobre a resenha comumente utilizada nas escolas e universidades: a resenha conhecida por Resenha Crítica.

Toda resenha possui uma ESTRUTURA. Essa estrutura se divide basicamente em duas partes:

-Elementos pré-textuais;
-Elementos textuais.


1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

Os elementos pré-textuais podem ser entendidos como tudo aquilo que for escrito antes do texto da resenha em si.

Por exemplo:
- Título da resenha;
- Identificação do autor da resenha;
- Identificação e fonte da obra resenhada etc.


2. ELEMENTOS TEXTUAIS

Os elementos textuais da resenha podem ser entendidos como tudo aquilo que for escrito depois dos elementos pré-textuais. 

E, o que escrever na resenha?

2.1. SÍNTESE DA OBRA ORIGINAL

Primeiro é importante começar descrevendo a obra que está sendo resenhada.

Exemplo: 

"O presente estudo apresentará o primeiro capítulo da obra Conhecimento, esforço da produção do Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, José Dettoni. A obra é o 13º livro do autor e foi publicada pela Editora Dinâmica, em Porto Velho, no ano de 2017."

Esse seria um primeiro parágrafo de introdução. Dessa forma, ficaria fácil ao leitor identificar qual é a obra citada e quem é o autor de tal obra.

Em seguida, a sugestão é que escrevamos sobre a obra em si.

Exemplo:

"O trabalho analisado neste capítulo citado é uma apresentação detalhada dos tipos de conhecimento possíveis que, segundo o autor, possuem critérios de distinção e se distribuem na obra, em subunidades, da seguinte maneira: 1.2 – Conhecimento Empírico; 1.3 – Conhecimento Mitológico; 1.4 – Conhecimento Científico; 1.5 – Conhecimento Técnico-Tecnológico; 1.6 – Conhecimento Matemático; 1.7 – Conhecimento Filosófico; 1.8 – Conhecimento Teológico; e, segundo a subunidade 1.9 – outros tipos de conhecimento, quais são: 1.91 – Conhecimento Jurídico; 1.9.2 – Conhecimento Artístico; 1.10 – Conhecimento Intuitivo. Para além dos itens citados anteriormente, outras duas darão continuidade ao capítulo um, sendo elas: 1.11 – Tipos de Conhecimento e Graus de Certeza; 1.12 – Religião."

No parágrafo acima estamos complementando nossa introdução com uma espécie de síntese da obra. Esse parágrafo traz referências do que o leitor pode encontrar no texto original, neste caso, o Capítulo 1 da obra Conhecimento.

Ainda na primeira parte dos elementos textuais da resenha, vamos explicar um pouco mais daquilo que o autor nos traz no texto original:

"Os critérios de distinção dar-se-ão pelo objeto e/ou pelo método adotado e/ou utilizado, ou por ambos. Assim, o objeto responderá ao enunciado “de que trata?” – ditará o seu campo de ação, aonde se chega, o seu limite; o método, por sua vez, é a adoção de um percurso, é um processo, um caminho percorrido à descoberta e/ou explicação de algo.
    Dos tipos de conhecimento possíveis, apenas como ilustração do que são (e como são) tratados no trabalho original, elencamos não mais que três deles, de modo que fosse entendida a sugestão do autor, a saber:
  1. O conhecimento empírico que, além de ser o mais utilizado e útil ao cotidiano, é o mais antigo e comum a todas as pessoas: também é conhecido por conhecimento vulgar, ordinário ou comum; é aquele construído na experiência cotidiana da vida humana; não é crítico, estruturado e o seu objeto é indeterminado; seu modo de transmissão é geracional;
  2. O conhecimento mitológico, que também não possui um objeto e um método, sendo este a explicação – ou tentativa de explicação – da realidade (do mundo, da criação, do tempo, da vida, da morte etc.), o qual busca referências na imaginação; são histórias que não resistem a questionamentos mais críticos e aprofundados, mas que têm alguma sustentação racional; o mito possui base na realidade geográfica, local ou regional; como a religião, busca referência no sobrenatural para dar explicações, no entanto, diferem pelo poderio de crença, de fé;
        3. Em seguida, como último exemplo,            versando sobre o conhecimento                    científico, o autor se divide em duas              explicações: uma que prevê o sentido antigo (ou amplo), até o fim do século XV, que era organizado, tinha um objeto próprio e um método específico; outra mais atual, a partir do fim da Idade Média, sendo a responsável por desenvolver técnicas (tecnologias) capazes de dominar a natureza. O conhecimento científico é estruturado, possui objeto e método: o objeto são os fenômenos naturais, isto é, tudo aquilo que pode ser observado; seu método é a combinação entre observação do fenômeno, construção de hipótese, experimentação e conclusão."

Percebam que até aqui eu ainda estava na primeira parte da resenha, isto é, até aqui eu não emiti uma opinião minha. Ao contrário, até aqui precisamos ser fiéis ao texto original.

2.2. ARGUMENTOS RACIONAIS/CRÍTICA EMBASADA

Agora vamos começar a desenhar o que chamamos de crítica. 

Ela pode ser positiva, ou seja, ela pode concordar com o autor e apontar argumentos embasados e racionais que falem mais um pouco sobre a obra e o que ela nos representa.

Por exemplo:

"A descrição de cada subunidade trazida pelo autor é capaz de explicar, de maneira minuciosa e pragmática, os objetos, os métodos, as características e cada uma das funções dos diversos tipos de conhecimento. Assim, exemplifica de modo clarificado como podemos utilizar o conhecimento em determinada área, a partir de determinado objetivo e a possibilidade de obtenção dos respectivos resultados. Em outras palavras, o trabalho prevê a caracterização do conhecimento, exposta no trabalho (pp. 52-53) em um quadro ilustrativo bastante prático e de valiosa utilidade.
    Fica evidente no trabalho a exposição sobre a diferenciação entre um tipo de conhecimento e outro e, por isso, de maneira didática, torna-se possível o domínio de cada um dos tipos de conhecimento possíveis. Portanto, é uma análise atual, de qualidade e que, sem o linguajar sofisticado comumente encontrado nos textos acadêmicos, desvenda uma teoria de cunho fundamental. Ressaltamos, intertextualmente, que a matéria divulgada (no site do UniSL) pela Assessoria de Imprensa do Centro Universitário São Lucas no dia 05 de Setembro de 2017 expressa, como disse o próprio autor, que vivemos a era do conhecimento, e usá-lo com sabedoria, para o bem, é um desafio educacional.
    O capítulo é orientado pela vontade do saber, pelo desejo apaixonado ao conhecimento, pelos sentidos dados às palavras que são capazes de transformação quando praticadas em consonância aos diversos contextos aplicáveis. Logo, a nossa conclusão não poderia ser diferente senão aquela em que descrevêssemos aqui os votos pela recomendação da literatura trabalhada, justamente pela oferta de ferramentas possíveis, reflexivas, altamente indispensáveis ao indivíduo que caminha na busca da superação do status quo, do combate ao senso comum como verdade última, imutável e fiel."

Percebam que nessa segunda parte da obra eu apresentei opiniões minhas e trouxe referências intertextuais. 

Aqui eu entendi que a obra é útil, de fácil compreensão e por isso eu recomendaria.

Encaminhei o meu texto com uma conclusão sugestiva, com base em argumentos simples, porém, aceitáveis. 

Por fim, essa é uma resenha.

Espero ter ajudado.

Beijos de luz.

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