A crise na Segurança Pública do Rio de Janeiro (e no Brasil) não é novidade alguma. Aliás, nunca foi novidade alguma que a Segurança Pública de países subdesenvolvidos sempre esteve em crise.
Países subdesenvolvidos são territórios explorados pelo grande capital e pela ideologia dominante que prevê o acúmulo de riquezas a um custo baixíssimo. Assim, esta ideologia dominante prioriza o controle social a partir da precarização da qualidade de vida dos indivíduos.
E como isso se dá?
Principalmente a partir da ausência de oferta dos serviços fundamentais à vida, como: educação, segurança, saúde, desenvolvimento social e uma equilibrada distribuição da renda.
Sem educação a comunidade se desconhece, fica privada de interpretar o seu cotidiano e se relaciona a partir das máximas do senso comum; sem segurança, esta limitada pelo cenário caótico que a desigualdade social promove PR consequência, entende a comunidade que a preservação da vida se dê a partir do conflito violento em vez do possível conflito de ideias: compra a comunidade o pensamento de que a violência só teria fim com mais violência; como da comunidade sem saúde, adoecida física e psicologicamente, não consegue dosar suas ações e apela ao desespero; sem políticas de assistência social, fica abandonada a população, sobretudo aquela mais carente, não enxergando no futuro uma chance sequer; sem renda equilibrada, margeia a miséria e sobrevive com o mínimo possível, com aquilo que é suficiente apenas para prover o sustento insuficiente às suas famílias.
Não é nenhum absurdo afirmar que todo esse cenário seja programado: somos gerenciados por uma elite que precariza os serviços básicos e lucra muito por isso, sobretudo pela sustentação que garantem em seus pactos entre políticos e grandes empresários.
A atuação destas lideranças políticas e empresariais, atualmente, ultrapassa todos os limites possíveis: culpando o cenário da segurança no Rio de Janeiro, institui uma intervenção federal a fim de "limpar" o estado. Mentira!
O Rio de Janeiro, para ser "limpo", precisa prender primeiro os bandidos mais perigosos que estão livremente atuando no estado: sem receios, o Governador Pezão, o Prefeito Marcelo Crivella, parte das lideranças religiosas e quase que a totalidade da Câmara dos Vereadores e da Assembleia Legislativa.
Em ação conjunta, é preciso que um elevado número de empresários também sejam detidos, pois muitos deles estão envolvidos em esquemas como aqueles que ofertam propinas astronômicas aos parlamentares que atuam em favor dos seus grandes negócios.
Há uma crise na segurança, mas há uma crise maior que é a crise de assunção de responsabilidades por parte do Governo. Ele está viciado em não respeitar o que está garantido na Constituição; está viciado com a ideia de impunidade em suas práticas ilícitas; está viciado porque nós, o povo, viciados ante por eles, estamos viciados em viciá-los.
É um triste cenário, qual tem produzido inúmeras vítimas, uma extensa maioria inocente que, sem perspectivas, estão perecendo diariamente.
Estão forjando o Rio de Janeiro, pois casos de e violência como o que temos visto existem há décadas e todos fecharam os olhos para tal situação, atuando sempre com paliativos, com o mínimo do mínimo para se justificar.
Querem confundir o povo ainda mais e garantir mais tempo no poder, mais tempo na obtenção de vantagens, mais tempo de exploração daqueles que já respiram por aparelhos.
O Rio de Janeiro entrará em colapso total a partir desta intervenção, qual será responsável pela criação de milícias em todos os cantos, pela opressão da mídia, pelo silenciamento de universidades progressistas e professores da mesma corrente.
Quem ganha é a elite que, segura pela arbitrariedade do exército armado, poderá retirar nossos direitos sem que possamos reagir.
Escolher um lado é fundamental, sobretudo pela defesa da liberdade, da democracia e da garantia da dignidade humana.
Que o bom senso nos motive; que o medo não nos acovarde; que o poder, como diz a Constituição Federal, emane do POVO e o POVO vença!
Por Diego Muniz.


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